Fibromialgia: a dor que ninguém vê, mas o paciente sente todos os dias

A fibromialgia é uma das condições mais desafiadoras da medicina moderna.
É uma dor que não aparece em exames, não deixa marcas visíveis, mas muda completamente a vida de quem sofre com ela.


No meu consultório em São Paulo, ouço histórias de pacientes que se sentem desacreditados, cansados de ouvir frases como “é psicológico” ou “é frescura”.
Mas a verdade é que a fibromialgia é real, e a dor que ela causa é profunda, tanto no corpo quanto na mente.

O que é fibromialgia e por que o cérebro “aprende” a sentir dor

A fibromialgia é uma síndrome de amplificação da dor.
Isso significa que o sistema nervoso passa a interpretar estímulos comuns como toque, frio, calor ou até emoçõe, como se fossem dor intensa.
É como se o cérebro perdesse o filtro que diferencia desconforto e sofrimento físico.

Pesquisas mostram que há um desequilíbrio nos neurotransmissores, especialmente na serotonina e na substância P, que estão envolvidos no controle da dor e do humor.
Esse desequilíbrio faz com que o corpo entre em um estado permanente de alerta, resultando em dor generalizada, fadiga, distúrbios do sono e até dificuldade de concentração, o famoso “nevoeiro mental” relatado por muitos pacientes.

Os fatores emocionais e fisiológicos envolvidos

A fibromialgia não tem uma única causa.
Ela costuma surgir após períodos de estresse intenso, traumas físicos ou emocionais, infecções e distúrbios hormonais.


Mulheres entre 30 e 55 anos são as mais afetadas, mas qualquer pessoa pode desenvolver o quadro.

O estresse crônico é um dos principais gatilhos.
Quando o corpo permanece em estado de tensão constante, o sistema nervoso simpático (responsável pela reação de “luta ou fuga”) fica hiperativo, e isso amplifica a percepção da dor.


Além disso, há uma relação direta entre fibromialgia e distúrbios do sono, quem dorme mal sente mais dor, e quem sente dor dorme mal.
O ciclo se repete e se fortalece.

O impacto emocional da fibromialgia

A fibromialgia é mais do que dor física.
Ela mexe com a autoestima, com o humor e com os relacionamentos.
Muitos pacientes relatam que se sentem incompreendidos, e isso leva à ansiedade, tristeza e isolamento social.

Por isso, sempre reforço: tratar fibromialgia é tratar a pessoa por inteiro.
O corpo e a mente estão profundamente conectados, e o controle da dor passa por restaurar esse equilíbrio.

O tratamento multidisciplinar é o caminho

Não existe um “remédio único” para fibromialgia.
O tratamento deve ser multidisciplinar, combinando diferentes abordagens:

  1. Reabilitação física: exercícios leves e regulares, como alongamento, pilates terapêutico e fortalecimento, ajudam a melhorar a circulação e reduzir a rigidez muscular.
  2. Terapia comportamental: técnicas de respiração e mindfulness ajudam a reduzir a hiperatividade cerebral e o estresse.
  3. Acompanhamento médico especializado: fundamental para ajustar a medicação e monitorar a resposta do organismo.

Mas, nos últimos anos, um novo aliado tem transformado o tratamento da dor crônica: a cannabis medicinal.

Cannabis medicinal no tratamento da fibromialgia

A cannabis medicinal atua no sistema endocanabinoide, um sistema de receptores presente em todo o corpo, responsável por regular dor, humor, sono e imunidade.
Em pacientes com fibromialgia, esse sistema costuma estar desregulado, o que explica parte da sensibilidade exacerbada à dor.

O CBD (canabidiol), um dos compostos da cannabis, tem efeito analgésico, anti-inflamatório e ansiolítico, atuando de forma natural no equilíbrio do sistema nervoso.
Ele ajuda a reduzir a intensidade da dor, melhora o sono e diminui sintomas de ansiedade e depressão associados à síndrome.

Alguns pacientes também se beneficiam de pequenas doses de THC, sob prescrição médica, que potencializam o efeito analgésico e relaxante.
O mais importante é que o uso é individualizado e seguro, sempre acompanhado de perto.

O poder da empatia no tratamento

Quando o paciente entende que sua dor é legítima e que há um caminho possível, algo muda.
O medo e a desconfiança dão lugar à esperança e ao autocuidado.


No tratamento da fibromialgia, a escuta é tão importante quanto a prescrição.
É fundamental que o paciente se sinta acolhido, compreendido e participe ativamente da própria recuperação.

Conclusão: viver com menos dor é possível

A fibromialgia não tem cura definitiva, mas tem controle.
Com o tratamento correto e acompanhamento contínuo, é possível reduzir a dor, melhorar o sono e retomar a qualidade de vida.


A combinação entre ciência, empatia e terapias modernas tem transformado a realidade de muitos pacientes.

Se você sente dores difusas, cansaço constante e dificuldade para dormir, agende sua consulta comigo em São Paulo – capital.
Juntos, podemos identificar se você tem fibromialgia e definir um tratamento personalizado para aliviar a dor e restaurar o equilíbrio do seu corpo e da sua mente.

🩺 Dra. Caio Yano
Ortopedista Especialista em Dor – São Paulo/SP.

Dr. Caio Yano

Médico Ortopedista especialista no tratamento da dor crônica e no desenvolvimento de qualidade de vida.

CRM 181350 | RQE 105174

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